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sexta-feira, 18 de maio de 2012

Procon lista construtoras com queixas de atraso


Desde o começo do ano, órgão recebeu mais de 3.000 chamadas

Sindicato do setor diz que ranking pode ser positivo, mas deveria excluir reclamações sem fundamento

AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

O Procon-SP publicou ontem, pela primeira vez, uma lista com as dez construtoras campeãs em reclamação em São Paulo. O ranking considerou os casos em que houve a mediação do Procon, numa lista de mais de 3.000 queixas recebidas entre 1º de janeiro e 10 deste mês.
A primeira da lista é o Grupo Gafisa, controlador da Construtora Tenda, que concentra a maior parte das reclamações. O Procon não informou os dados exclusivos sobre os imóveis da Tenda (veja quadro ao lado).
Originalmente, a divulgação da lista ocorreria em junho. A decisão de antecipar a publicação ocorreu ontem, depois que esta Folha revelou no caderno especial "Casa Própria" a intenção do órgão de defesa do consumidor de elaborar um ranking.
Segundo o Procon-SP, a lista tem o propósito de ajudar os investidores na aquisição de imóveis na planta.
"As reclamações sobre atrasos na entrega estão aumentando e preocupam. Tentamos negociar solução do problema junto às construtoras, mas, se isso não for possível, as empresas são autuadas pelo abuso", disse o diretor-executivo do órgão de defesa, Paulo Arthur Góes.
PIORA
A situação em São Paulo é considerada preocupante até pelas entidades que representam a construção civil. O setor alongou prazo de entrega e cortou lançamentos.
Os dados do Procon-SP mostram que de 2008 a 2011 o total de queixas contra atrasos na entrega dos imóveis cresceu mais de 150%. Passou de 1.722, em 2008, para 4.357, em 2011.
Já o número anual de lançamentos residenciais na cidade cresceu proporcionalmente menos: 11,7%, de cerca 34 mil em 2008 para 38 mil no ano passado, de acordo com o Secovi, sindicato que representa as construtoras.
Segundo Góes, a compra de imóvel envolve planejamento familiar e não pode ser tratada como negócio convencional. Como a redução dos juros tende a ampliar a procura por imóveis, ele considera que a iniciativa do ranking pode ajudar os investidores.
Em razão do aumento das reclamações, a defesa do consumidor tornará recorrente a publicação de listas a partir de queixas de atraso.
O Secovi-SP vê a decisão do Procon-SP com reserva.
"Acho que pode ser positivo, mas é preciso ter critério. Não raro, há queixa sem fundamento contra uma construtora", afirmou Emílio Kallas, vice-presidente de incorporações do Secovi.

Outro lado

Empresas dizem que investem para melhorar o atendimento aos clientes

DE SÃO PAULO
As construtoras que lideraram o primeiro ranking das campeãs de reclamação no Procon-SP disseram que estão fazendo investimentos para reduzir os problemas gerados aos clientes.
Dizem ainda que as reclamações representam uma fração dos projetos vendidos e entregues em São Paulo.
Em nota, a Gafisa disse que o problema está na controlada Tenda. A empresa afirma que tem feito investimentos para solucionar o problema e que reforçou as comunicações com os clientes a pedido do Procon.
A MRV disse que as 46 reclamações que recebeu representam apenas 0,0046% do total de clientes. A PDG sustenta que apenas uma parte dos projetos está atrasada e que vai entregar 31 mil unidades até o fim do ano.
A Brookfield e a Trisul informaram que estão investindo no atendimento aos clientes.
A Atua e a Living alegaram desconhecer o conteúdo das reclamações que embasaram o ranking.
A Cury, joint venture entre a Cyrela e a Cury Empreendimentos, disse que não iria se pronunciar. Os executivos da Nova Delhi e Capri não foram localizados.

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