Apesar de dizer ser possível contar nos dedos as moradias rachadas do Minha Casa Minha Vida, principal programa habitacional do governo federal, a presidente Dilma Rousseff admitiu nesta terça-feira (23) que "não há perfeição absoluta".
Afirmou ainda que o programa não está imune a fraudes.
"A arte é estar atento, monitorando e obrigando a refazer. Não aceitando quando entregar errado, fiscalizando. Não há perfeição absoluta em 2 milhões e 400 mil [moradias]. O que é obrigação do poder público? É zelar pela qualidade, ficar em cima. Deu errado e vocês [jornalistas] contribuem quando denunciam", disse a presidente, em entrevista a jornalistas logo depois de visitar uma exposição no Palácio do Planalto.
Sobre as fraudes, a presidente afirmou que "num programa desse tamanho, também podem ocorrer".
"A minha obrigação e a do governo é combatê-la [a fraude], assegurar casa da melhor qualidade possível. Nosso país tem ótimas tradições, mas tem tradições que não são muito boas, herdadas da escravidão... que acha que o povo brasileiro de baixa renda merece qualquer coisa. Eu não fui eleita para entregar casas de qualquer jeito para a população brasileira. Eu acho que o povo merece o que há de melhor."
PISO NOVO
A presidente afirmou que decidiu oferecer três tipos de piso aos beneficiários da primeira fase do Minha Casa, Minha Vida quando foram contratadas 1 milhão de moradas. Agora, o governo se prepara para contratar outras 2,4 milhões até 2014.
Serão ofertados piso de cerâmica, laminado em madeira ou manta vinílica. A ideia foi incluir alternativas mais fáceis de instalação, considerando que a maior parte dos imóveis já foi entregue e está ocupada. Essa solução, segundo a Caixa, atingirá 325.458 unidades do programa.
"Na primeira fase do programa os recursos não eram tão avultados, então o piso ficaria de cimento. Muitas vezes se usa piso de cimento em casas até sofisticadas. Nós estamos optando para fazer três tipos de piso", justificou a presidente.
Fonte: Folha de S.Paulo
por FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
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