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terça-feira, 3 de abril de 2012

Gafisa perde R$ 1,09 bi por causa de cancelamentos de compras


 

A empresa teve prejuízo de R$ 1,093 bilhão em 2011, após um lucro líquido de R$ 416 milhões no ano anterior. A Gafisa apresentou números preliminares não auditados, justificando que, após realizar "profunda análise dos impactos econômicos das mudanças estratégicas adotadas e da revisão orçamentária requerida (...), os auditores vão necessitar de tempo adicional para completar seus trabalhos". Os dados consolidados devem ser divulgados até dia 9.
O resultado foi afetado por ajustes de R$ 889,5 milhões, incluindo revisão de custos, provisões e cancelamentos - 69% na Tenda (unidade para baixa renda) e 31% na Gafisa. No quarto trimestre, a Gafisa reajustou o orçamento de custos de construção no valor de R$ 587 milhões, 6% da base original de custos totais. Com isso, o impacto nos resultados foi de R$ 440,9 milhões.
Os números "refletem a contínua deterioração" dos resultados da companhia, já que "grande parte dos ajustes foram deixados para o fim do ano", escreveram os analistas Guilherme Rocha, Daniel Gasparete e Vanessa Quiroga, do Credit Suisse Group AG, em relatório a clientes. "Com nível recorde de endividamento e com cenário futuro que não está claro, continuamos a recomendar cautela."
Segundo Luis Gustavo Pereira, estrategista da corretora Futura, os resultados das construtoras no quarto trimestre de 2011 já vinham decepcionando investidores. Por isso, os dados de ontem influenciam o mercado como um todo. A concorrente MRV ON perdeu 4,25% (R$ 12,40), maior baixa do Ibovespa. Também caíram Rossi ON (2,23%, a R$ 9,64), PDG ON (2,06%, a R$ 6,18) e Brokfield ON (1,37%, a R$ 5,75).
- O resultado da Gafisa serve de motivo para vender ações do setor - disse Pereira.
A Gafisa prevê lançamentos entre R$ 2,7 bilhões e R$ 3,3 bilhões em 2012, enquanto as entregas ficarão entre 22 mil e 26 mil unidades. O fluxo de caixa operacional deve ficar entre R$ 500 milhões e R$ 700 milhões.
Desde que comprou a Tenda, em 2009, a Gafisa tem queda de margem e lucro. Para eliminar entraves, a Gafisa vai relançar unidades e requalificar compradores que não mais se adequavam ao financiamento bancário. O objetivo é zerar o nível de cancelamentos de vendas, em 30% a 35% do total.
- Só vamos lançar empreendimentos aprovados por instituições financeiras e para compradores qualificados - disse o presidente-executivo da Gafisa, Duílio Calciolari, em teleconferência ontem. - O novo modelo foi concebido para não haver cancelamento de vendas (...) serão aprovados apenas compradores com condições de pagamento.
Venda de direitos creditórios de imóveis em construção
Uma das medidas adotadas para arrecadar fundos foi a venda de direitos creditórios de algumas das unidades já vendidas. A prática, normal no setor quando o imóvel está pronto, chegou a ser feita em empreendimentos não entregues, como o Quintas do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes. Segundo fontes, é estranho que isso seja o feito com imóveis em construção.
- O mais provável é que eles estejam tentando arrecadar dinheiro para finalizar as obras. Mas se essas obras tiverem sido financiadas por agentes financeiros, é bem preocupante. Se está vendendo seus recebíveis, como a construtora vai pagar o financiamento ao agente bancário depois? - indaga um analista.
O Quintas do Pontal é uma das obras que a Gafisa tem dificuldade para finalizar. Algumas das 70 casas vendidas não começaram a ser construídas. Em nota recente, o grupo informou que concentrava esforços na entrega de unidades. E que um grande volume, que incluía o empreendimento, deveria ser entregue no primeiro semestre. A nota diz que o atraso deveu-se a problemas do setor, como falta de mão de obra e chuva além da média.
(Com agências internacionais)

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