Com o objetivo de ganhar clientes de média e alta rendas, a Caixa Econômica Federal anunciou ontem a redução das taxas de juros para financiamento de imóveis acima de R$ 500 mil.
As taxas, que variavam de 8,7% a 9,9% ao ano, passaram a oscilar entre 8,30% e 9,40% ao ano. O menor percentual é cobrado de servidores que possuem relacionamento com o banco, como conta-corrente e cartão de crédito, além de conta-salário.
A queda representa uma economia de dezenas de milhares de reais ao final do financiamento.
O vice-presidente de Habitação e Governo da Caixa, José Urbano Duarte, afirma que o banco quer ser mais atrativo para "todos os nichos".
A instituição possui cerca de 70% de participação no crédito imobiliário do país.
A Caixa anunciou também que emprestou R$ 106 bilhões para financiamentos imobiliários em 2012, crescimento de 32,5% em relação ao resultado do ano anterior.
O presidente da Abecip (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário), Octavio de Lazari Junior, afirma que a redução é significativa, mas diz que os demais bancos já oferecem taxas semelhantes. "Os bancos iniciaram um movimento de queda nos juros do crédito imobiliário em meados do ano passado."
Para ele, o cliente deve negociar com o seu gerente melhores taxas, antes de procurar financiamento em outra instituição financeira.
Procurado sobre possíveis mudanças após o anúncio da Caixa, o Itaú declarou que a taxa mínima de seu financiamento já é 8,4% ao ano, percentual mínimo anunciado pela Caixa para quem tem relacionamento e conta salário, mas não é servidor.
Já o Santander informou que está sempre avaliando o mercado e que já trabalha com taxas muito competitivas. O Bradesco também informou que faz a análise constante e que tem reduzido as suas taxas.
O Banco do Brasil declarou que o seu produto apresenta um dos menores custos efetivos totais do mercado e, no momento, não existe a decisão de alterar taxas.
Para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção da FGV (Fundação Getulio Vargas), já não há mais muito espaço para reduções. "Estamos chegando a um limite, que só foi possível alcançar com a diminuição dos 'spreads' [diferença entre o custo de captação do banco e a taxa cobrada ao cliente final] e da taxa Selic."
A taxa básica de juros está em 7,25% ao ano e deverá ser mantida em reunião hoje.
PREÇOS
A melhora nas condições para financiamentos de imóveis acima de R$ 500 mil ocorre após uma forte valorização das unidades nos últimos anos. Com a alta, vem crescendo a necessidade de financiamento de apartamentos e casas mais caros.
Segundo a Abecip, a participação dos imóveis acima de R$ 500 mil entre os financiamentos do país aumentou. Em 2010, a parcela, em valores, correspondia a 12,6%. Deve encerrar 2012 em 18,3%. No Bradesco, passou de 24,5%, em 2010, para mais da metade no ano passado (50,8%).
Em meio à forte valorização do mercado, o governo avalia aumentar de R$ 500 mil para R$ 750 mil o valor máximo dos imóveis que o trabalhador pode comprar com o seu saldo do FGTS, tanto à vista como financiado dentro do SFH (Sistema Financeiro da Habitação).
Fonte: Folha de S.Paulo
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